quinta-feira, 19 de abril de 2012

A APEM intervem

 A INTERVENÇÃO DA APEM, Associação Portuguesa de Educação Musical

Caros colegas, sócios e amigos,

A direcção da APEM divulga a seguinte informação:

Resposta da APEM à versão final da Revisão da Estrutura Curricular apresentada pelo Ministério da Educação e Ciência em 26.03.2012

A versão final da Revisão da Estrutura Curricular apresentada pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC) em 26.03.2012, dois meses depois do final do período de consulta pública sobre a proposta inicial, vem confirmar e reforçar um paradigma de currículo centrado nas “disciplinas fundamentais” remetendo as disciplinas artísticas e outras de carácter técnico e prático para um plano secundário.

O parecer da Associação Portuguesa de Educação Musical (APEM) procurou alertar fundamentadamente para o perigo de se criar um currículo estreito e desequilibrado. Sem se opor a aprendizagem de disciplinas tidas como fundamentais à das disciplinas artísticas, considera-se que estas últimas possuem uma dimensão específica, que contribui para a formação das crianças de uma forma única, que outras áreas de conhecimento dificilmente permitem.

O currículo dos 2º e 3º ciclos do ensino básico, nesta versão final agora apresentada, impede uma gestão do tempo de Música superior a 90 minutos semanais no 2º ciclo. No 3º ciclo, a Música limita-se a ser uma possibilidade de oferta de escola no 7º ano e no 8º ano, e no 9º ano não tem qualquer hipótese de existir, dado que as disciplinas que integram a Educação Artística ficam reduzidas à disciplina de Educação Visual.

Ora, no 3º ciclo, o desaparecimento da disciplina de Educação Tecnológica remete-a também para a possibilidade de ser uma oferta de escola. E como é que as escolas e os seus diretores vão decidir sobre a oferta de escola? É natural que, na atual conjuntura, o primeiro critério seja o da existência de recursos humanos disponíveis, o que torna a disciplina de Educação Tecnológica a oferta de escola mais provável. Contrariando uma evolução positiva que se tem verificado, a Música poderá deixar de ser oferecida em muitas escolas.

Nenhuma informação permite afirmar que existem estudos ou avaliações concretas da atual estrutura curricular que possam fundamentar esta opção do MEC. Aliás, a reflexão pública sobre o currículo foi realizada com base numa proposta apresentada que não teve a ver com a versão final, nomeadamente, no que se relaciona com o desaparecimento da disciplina de Educação Tecnológica no 3º ciclo e com as consequências que esse desaparecimento pode ter na presença da Música no 3º ciclo.

A possibilidade de coadjuvação do professor generalista do 1º ciclo (Professor Titular de Turma) em áreas artísticas (designadas ‘Expressões’), aliás já prevista na Lei de Bases do Sistema Educativo em 1986, adquire uma nova visibilidade nesta versão final do currículo, por ter sido mencionada como uma das medidas.

No entanto, a diminuição em 50% dos tempos dos professores de EVT (EV+ET, atualmente) ‘empurra’ para o 1º ciclo os professores do quadro excedentários destes grupos, traduzindo-se por mais Expressão Plástica no 1º ciclo. Consequentemente, mantém-se a reduzida prática de Expressão Musical neste ciclo, salvo raríssimas exceções, em que o professor generalista do 1º ciclo se sente à vontade para implementar atividades musicais com os seus alunos.

Como se pode assim “reforçar a identidade de disciplinas que se reúnem sob a designação de Expressões”, nomeadamente a Educação Musical?
Com que critério se pode “oferecer, nos 7.º e 8.º anos, uma disciplina, por decisão da escola, de acordo com o seu projeto educativo”, se existem professores do quadro sem disciplina e a própria oferta de escola não se limita à educação artística como estava definido no modelo anterior?

Por todas as questões apontadas, a APEM teme que a versão final da “atualização do currículo” apresentada pelo MEC produza o efeito contrário ao desejado, nomeadamente o aumento de insucesso e abandono escolar, consequência direta da diminuição da chamada dispersão curricular, que, nesta perspetiva, se traduziu no reforço de “disciplinas fundamentais” como a História, a Geografia e as Ciências Físico-Químicas e da Natureza, sem qualquer outra orientação que não seja a existência de futuros exames para testar os conhecimentos nestas áreas.

Muito provavelmente, foi em nome da urgência da racionalização de recursos e da diminuição de despesa pública, com que aliás em princípio não estamos em desacordo, que se perdeu mais uma oportunidade de se repensar de uma forma alargada, ponderada e racional o currículo de todo o ensino básico (1º, 2º e 3º ciclos).

A Direção da APEM está preocupada com o retrocesso que esta Revisão da Estrutura Curricular representa para a Educação Musical no contexto do Ensino Básico, tendo já tido a oportunidade de manifestar estas preocupações na Direcção Geral de Educação, para além de ter solicitado o agendamento de uma audiência junto do Gabinete do Ministro da Educação e Ciência e da Secretaria de Estado do Ensino Básico e Secundário de forma a demonstrar a pertinência da sua posição e procurar inverter algumas das disposições presentes nesta versão da Estrutura Curricular apresentada.

A Direção da APEM

16 de Abril de 2012

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Oferta de escola: em perigo a disciplina de música no 3º ciclo

Aqui deixo o texto da minha amiga e colega de profissão o qual subscrevo na íntegra e tenho reencaminhado para os organismos e instituições, bem como para outros professores, no sentido de saberem o que está acontecer. 
A MÚSICA é vida e a prova disso são os nossos alunos e as atividades que eles desenvolvem nesta área, até AGORA CURRICULAR, e que aproximam ciclos de ensino, gerações, comunidade e acima de tudo os motiva para a escola. Para quem tiver dúvidas sobre isso que fale com estes alunos e eles darão o seu testemunho. Adoro a minha profissão e não vou desistir nem deixar que a ponham de lado. 

 
Exmos Senhores,

Enquanto profissional do ensino da Música  e em cumprimento dos meus deveres cívicos de participação ativa na sociedade democrática, manifestei atempadamente a minha opinião  acerca da proposta do governo para a reorganização curricular,  procurando dar o meu contributo para uma necessária tomada de posição, quer na consulta pública, quer ainda junto de todos os grupos parlamentares da AR.

Sei que o MEC, por sua iniciativa, tem reunido com a Associação de Professores de Educação Visual e Tecnológica. A APEVT emitiu um comunicado acerca de uma reunião com a DGAE a 10 de Abril, no qual propõe a integração da disciplina de Educação Tecnológica como obrigatória no lugar da oferta de escola e a integração do ensino da Música como oferta extra-curricular: [documento consultado a 15 de Abril em  http://www.arlindovsky.net/2012/04/comunicado-apevt-sobre-a-reuniao-com-a-dgae/#ixzz1s8PxgRBV]. A APEVT revelou total desrespeito pela Educação Musical ao intencionar defender as disciplinas de Educação Tecnológica atacando o ensino da música enquanto disciplina de oferta de escola, sem que a APem fosse contactada e tivesse a oportunidade de ser ouvida.

Os professores de Música estão indignados com esta tomada de posição por parte da APEVT, tendo em conta que  esta nova proposta representa um retrocesso em toda a educação artística, afectando, por isso, todos os seus profissionais.

Num momento em que se apela à dimensão europeia da educação, o actual governo lança uma proposta que contraria totalmente a tendência dos restantes países da Europa, os quais integram no seu currículo a Educação Musical desde a primeira infância até ao ciclo correspondente  à 14 anos de idade (idade de referência) com uma carga horária de 3 horas por semana – a título de exemplo, consultei os currículos disponíveis on-line e acessíveis em língua inglesa: França, Inglaterra, Finlândia, Espanha e Itália. Assim, para além de questões ligadas a matérias de índole laboral, a revisão proposta lança-nos numa crise ideológica profunda, colocando em causa o valor da educação musical.

Desta forma, não compreendo como pode a vossa associação formular propostas que atacam parceiros da educação artística e grupos de docentes que sempre trabalharam em estreita articulação. Este meu contacto, masi do que criticar ou atacar a APEVT, surge no sentido de reconhecer a profunda necessidade de união dos diversos representantes da educação artística, sugerindo assim um contacto com a APEM no sentido de concertar acções, medidas e propostas.  

Da minha parte, ficam as seguintes sugestões, as quais gostaria que constassem das vossas recomendações ao MEC:

- a marcação imediata de uma reunião entre a Associação Portuguesa de Educação Musical e AEPVT, procurando concertar tomadas de posição;
- defender a manutenção da oferta de escola no âmbito da Educação Artística, permitindo assim que a disciplina de Música possa continuar a funcionar no 3º ciclo, no mínimo, nos moldes atuais: como disciplina de oferta de escola no 7º e 8º ano de escolaridade, com possibilidade de escolha pelos alunos no 9º ano;
- propor o desdobramento das disciplinas de EV e ET, num funcionamento semestral (à semelhança do que acontece hoje com ET e oferta de escola), incluindo assim no currículo a dimensão visual e tecnológica destas áreas e salvaguardando postos de trabalho.

Em conclusão, a extinção da disciplina de Música no 3º ciclo não deve concretizar-se em consequência dos problemas laborais que afetam os grupos disciplinares de EVT, EV e ET, decorrentes do final do par pedagógico e do facto de ET não estar contemplada na actual proposta, pois quaisquer medidas dessa natureza trariam os mesmos problemas aos profissionais do ensino da Música.

sábado, 17 de março de 2012

Inovar e criar

Numa sociedade como a nossa é preciso ter cada vez mais um espírito inovador, sem medo de se apresentar novas ideias mesmo que essas nos pareçam doidas ou descabidas. 
O meu propósito de hoje é apenas o de me motivar para essa inovação, para o desenvolvimento da criatividade individual de cada um de nós no sentido de trazermos ar fresco ao ambiente em que vivemos. 
Acredito, tal como eu, que não terão receios de apostar e de porem em pratica aquelas ideias que nunca partilharam com ninguém, mas que existe dentro das vossas cabeças. Ideias essas que darão de certo uma nova cor e nova sonoridade à nossa sociedade e àqueles que estão à nossa volta. 
 Em breve, partilharei com todos vocês o que ando aqui a "magicar", pois tenho vontade de intervir junto de quem é mais sincero do que qualquer outra classe de seres humanos: as crianças.
Sorrisos musicais

domingo, 1 de janeiro de 2012

GOSTO DE ACREDITAR

Mais um ano chegou e com ele muitos desejos e até profecias!
Eu apenas gosto de acreditar e acima de tudo acreditar em mim e naqueles que me rodeiam, em especial a minha família e os meus amigos. Recuso-me a ser pessimista, a aceitar a desgraça e a ir na onda de negativismo.
Quero e gosto de acreditar em mim e naquilo que posso dar ao mundo e em especial aos meus filhos. Se eu não acreditar quem o fará?
Sorte a todos, em especial aos que gostam de acreditar que tudo pode ser melhor. Não se esqueçam de sorrir.

sábado, 24 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL COM SORRISOS

Amigos mais um Natal chegou e tudo o que a ele está associado também. 
Adoro esta ópoca, mas ao mesmo tempo detesto a azáfama a que a ela está associada, ou melhor a falta de respeito de alguns seres humanos para com os outros. Sim, porque mesmo nesta época existem pessoaos que não conseguem ser simpáticos, solidários ou simplesmente transmissores de um pequeno sorriso. Como é fácil um simples sorriso fazer a diferença, e eu falo contra mim pr+ópria que ultimamente tenho sorrido muito menos do que desejo, não sei se é por influências conjunturais ou simplesmente porque bem lá no fundo sinto que o Natal já não é o que era.
Adoro olhar para a minha filha com 9 anos e ver nela a excitação e a ansiedade da magia do Natal, ouvi-la cantar sem parar as mesmas melodias, apesar de terem letras que ela inventa e que me fazem realmente sorrir. Ela faz-me renascer, faz-me sorrir de verdade sem que para isso tenha que ir ao centro comercial, ou preparar um discurso para agradar. Obrigada filha, eu te amo muito. Obrigada por me motivares para o espírito natalício. Obrigada marido por insistires para que eu sorria, obrigada Xavier por me fazeres sorrir com o teu sorriso e acima de tudo obrigada aos meus verdadeiros amigos, àqueles que estão presentes sempre mesmo que não seja Natal. 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Reforma curricular que se adivinha

No 2º ciclo
Porque deixar de haver a opção de língua estrangeira no 2º ciclo quando estamos inseridos numa europa que se diz globalizante, não se entende porque razão se limita aos alunos a frequência do  inglês, quando existem outras línguas como por exemplo o francês e espanhol tão importantes no contexto  em que estamos inseridos. Os alunos têm inglês desde o 1º ciclo nas AEC, não seria preferível existir uma opção neste ponto? Ou então terminar com o inglês no 1º ciclo e substituí-lo  por outras  áreas , como por exemplo mais desporto ou expressão artística.
Se o apoio ao estudo passa a ser facultativo com uma carga horária de 5 horas e se a escola entender não oferecer essas possibilidade ao aluno, o que se fazem a essas horas? Eu sugiro que esse apoio seja de 3 horas, ficando 2 para mais uma língua, que no meu entender é fundamental para a inserção do aluno na sua cidadania. Ou então dá-las aos diretores de turma, que de certo as aproveitarão da melhor forma possível, só quem não vive a escola é que desconhece o trabalho e/ou carga horária que um diretor de turma tem para além das que oficialmente lhe são atribuídas. É de lamentar que a área de formação cívica tenha deixado de ser importante de um dia para o outro.
No 3º ciclo
No 9º ano e na área de educação artística não se percebe porque se corta a possibilidade ao aluno de optar por uma das áreas artísticas que a escola lhe oferecia como acontecia até aqui. Para quê ter ET e oferta de escola no 7º e no 8º se no 9º não há a possibilidade do aluno continuar numa dessas áreas? Qual a razão de obrigatoriedade da permanência de educação visual, se o aluno demonstrar  mais capacidades noutras áreas artísticas? Se ele pretender seguir uma carreira profissional onde a área tecnológica ou artística (como por ex. música, ou teatro) lhe interessa, com esta reforma ele não tem a opção de escolha e de se dedicar ao que realmente lhe importa ou onde revela mais competências. Para quê a aposta nas competências e habilidades artísticas de um aluno quando no final do 3º ciclo o que lhe vai contar é a EV como obrigatoriedade? Deem aos alunos a possibilidade de escolherem o seu interesse artístico, pois um país não se desenvolve só de competências científicas, mas também (e acima de tudo) pelas artísticas. Estas são fundamentais no desenvolvimento do ser humano, e ainda mais no desenvolvimento dos nossos jovens, e há estudos científicos que o comprovam (como de certo os Senhores devem conhecer). Se não for a escola a dar aos alunos a cultura artística, que outra entidade o poderá fazer? As famílias, que estão cada vez mais endividadas e não podem oferecer aos seus jovens concertos, bailados, teatros ou mesmo cd´s originais? (entre outros que eu aqui poderia descriminar). É a escola através dos seus PROFESSORES das áreas tecnológicas e das áreas de oferta de escola que na maior parte das vezes consegue fazer chegar aos alunos a cultura do seu país, e de todos os outros. São estes mesmos professores que despertam neles muitas das competências que às vezes nem sabiam que tinham mas descobrem que afinal poderão ser bons na área artística, que não somente a EV. Nem todos fomos feitos para ser arquitetos ou exercer outra profissão que tenha como base a EV. Pensem nisto, falem com os alunos, visitem as escolas e o que de melhor se fazem nelas, o que realmente pensam os alunos sobre esta nova reforma curricular. E para terminar deixo-vos uma pergunta: o que vos marcou artisticamente enquanto alunos? Acredito que tenha sido a tabuada cantada e os pontos de fuga coloridos!!!
A Professora da disciplina de música, 16 de Dezembro de 2011

domingo, 13 de novembro de 2011

O AMANHÃ É ÓTIMO, TENTA SORRIR E DESCOBRIRÁS

Estou cansada de olhar à minha volta e só ver rostos tristes e desiludidos, ouvir desabafos de "esta crise...", "se não fosse esta crise...", não sei que mais com a palavra crise.

O que pensarão as nossas crianças sobre isto? Estarão elas a pensar que afinal os seus pais e amigos adultos só sofrem e que o futuro é mesmo mau? Estarão elas acreditar que não vale a pena fazer o bem, porque os maus é que vencem? EU não quero acreditar nisso e por isso mesmo digo muitas vezes que bom é ser-se adulto, pois é a fase em que somos totalmente livres porque somos completamente responsáveis pelas nossas ações e isso para mim é mais do que valioso, é maravilhoso. É ótimos ter uma palavra a dizer, escolher entre várias opções que nos surgme no quotidiano e poder ser responsável por essas opções. No meu entender é essa a ideia que devemos transmitir às nossas crianças e jovens e não lhes transmitir medo sobre o amanhã, mas antes pelo contrário:  transmitir-lhes confiança porque serão eles quem serão os adultos de amanhã.
Paremos de nos  lamuriar e passemos a sorrir mais, paremos de ver telejornais e notícias negras e passemos a ouvir boa música e a ver as brincadeiras dos nossos filhos e amigos mais novos, brincando com eles. Esses momentos dar-nos-ão força, coragem e muita energia porque aí conseguimos rir e sorrir, uma das fontes "calóricas" de valores mais importantes que conheço.

Filhos, não tenham medo do amanhã porque não o conhecem, façam o melhor que sabem e que conseguirem hoje e agora, pois descobrirão como o amanhã é muito bom, apesar de todos os indícios indicarem o contrário. Não se deixem levar pelo negativismo, façam-nos sorrir e verão como o futuro é maravilhoso, pois estamos lá para o testemunhar e se não estivermos alguém se há-de lembrar destas palavras (espero eu) e poderá finalmente sorrir.